Fura-bucho-do-atlântico
(Puffinus puffinus)
O Fura-bucho-do-atlântico pertence à família das aves marinhas Procellariidae (procelariformes). São aves de tamanho médio que passam quase toda a sua vida no mar. Sendo uma espécie altamente pelágica, os Fura-bucho-do-atlântico só vêm a terra para se reproduzir. São aves marinhas de vida longa, com o animal mais velho recapturado com 55 anos de idade!
Pertence à ordem das aves de narinas tubulares que inclui os Albatrozes, as Alma-negra e as Cagarras. Estas aves receberam o nome das duas passagens nasais tubulares no bico, através das quais podem-se expelir o sal.
Pardela de tamanho médio e de aspeto uniformemente escura, quase preta por cima, o que produz um marcado contraste com as suas partes inferiores, completamente brancas, a excepção de um estreito rebordo na parte posterior das asas, também escuras. Tem uma cabeça pequena, com bico fino e largo, e uma meia lua branca atrás de uma “bochecha” escura. De longe, a ave parece ter uma cor uniformemente escura. Em voo alterna a partes iguais de sequências de planagem e de voo; mas se o vento é forte voa quase exclusivamente planando, subindo por vezes vários metros acima da superfície da água.
Esta ave marinha pode ser vista na Madeira durante a época de reprodução, entre Março e Outubro. Normalmente são vistas a descansar junto com as Cagarras formando um gupo enorme.
Informação geral
Outros nomes: Patagarro ou Estapagado
Alimentação: Pequenos peixes (arenques, espadilhas, enguias), crustáceos, cefalópodes.
Alcance: Oceano Atlântico; colónias reprodutoras nas falésias (Grã-Bretanha: costa ocidental de Gales; ilha de Rum); Açores (Corvo e Flores); Madeira (também Ilhas Selvagens); Ilhas Canárias; costa da Bretanha; Europa Central (visitante). Os machos são filopatricos, regressando às colónias onde nasceram, mas metade das fêmeas podem deslocar-se para outro lugar. As colónias reprodutoras mais importantes estão localizadas na Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte.
Características distintivas: Comprimento até 30-38cm; com uma envergadura de asa de 76-89cm e pesa 350-575g. Tipicamente voando em ziguezague com asas bem esticadas quase tocando na água, mas com um voo mais “flappy” do que as Cagarras. As suas asas são mantidas em ângulos rectos durante o voo, dando-lhe a aparência de uma cruz voadora. Muitas vezes confundido com o Pintainho (Puffinus a. baroli) no mar.
Ecologia: Espécie gregária durante a reprodução e regressa às zonas de nidificação em Fevereiro. As colónias de reprodução podem ser em zonas interiores das ilhas até aos 1000m de altitude, em ladeiras, grutas interiores com formações arbustivas. Na Madeira as colónias reprodutoras estão localizadas mais no interior em áreas acima dos 500m de altitude em encostas ou vales profundos com vegetação arbustiva extensiva ou mesmo em cavernas. O ninho é uma câmara que é escavada pela pardela ou em pequenas fendas. Uma ninhada por ano constituída por um único ovo, tem lugar no mês de Março. O período de incubação é de 45 dias e as crias iniciam os seus primeiros voos em Julho/Agosto.
Taxonomia: Classe: Aves; Ordem: Procellariiformes; Familiares: Procellariidae (Narinas tubelares)
Género: Puffinus; Espécie: Puffinus puffinus
Ameaças: No passado, esta espécie foi explorada levando a reduções significativas nas suas populações. Hoje, espécies invasivas como ratos, gatos e gado apresentam a maior ameaça juntamente com a poluição luminosa. A espécie está registada como vulnerável na Madeira.